O Miguel do Insurgente está na pista certa quando diz que estes apelos ao fim do sigilo fiscal e ao fim do sigilo bancário fazem parte de um cenário de Caminho para a Servidão.
O estado, incapaz de resolver os problemas económicos do país e os seus próprios problemas orçamentais, precisamente porque retirou liberdade às pessoas argumentando que só assim poderia resolver os seus problemas económicos, diz-nos que agora é que vai ser, agora é que vamos resolver os vossos problemas económicos, mas para isso vocês têm que nos dar mais um bocadinho da vossa liberdade.
O que é patológico é que são precisamente aqueles que pagam a conta, e que vão ter que pagar ainda mais mal se resolvam os limites à capacidade de cobrança do estado, que clamam por maior eficiência fiscal e por menos privacidade. Masoquismos ...
Dizem-nos que a eficiência fiscal serve para resolver um alegado problema de injustiça fiscal. Mas na realidade serve para camuflar a incapacidade do estado para produzir bens e serviços de qualidade e a baixo preço. A maior injustiça fiscal não é causada pela fuga ao fisco. É causada pela incapacidade do estado em cumprir as suas funções. É uma injustiça porque os contribuintes pagam muito e recebem pouco e de má qualidade em troca.