20.11.05

É O MERCADO, CAROS SENHORE(A)S !

Parte da blogosfera gay abespinhou-se nos comentários a estas três postas. Também choveram análises bastante irritadas nos seus blogues, nomeadamente naquele que considero ser o mais representativo, o Renas e Veados (corrigido).
Quase toda a argumentação aí descortinável parece assentar no inultrapassável pressuposto de que em relação aos modelos existenciais que propõem para os gays e para o resto da humanidade... não podem existir quaisquer críticas! Embora os próprios não se inibam de o fazer, com enorme devoção, a qualquer um que ouse duvidar das suas crenças.
Mas a maior incompreensão da realidade circundante parece residir noutra sede:
«Braga, provavelmente a terceira cidade do país, não tem um único bar assumidamente gay! Qualquer cidade do Norte da Europa com metade da população tem dois ou três.»
Para além dos muito duvidosos "índices de desenvolvimento" apresentados, este extracto revela uma angustiante ignorância acerca do funcionamento das coisas numa sociedade livre - se não há bares gay em Braga é porque o mercado não os deseja ou ainda ninguém conseguiu interpretar o eventual interesse económico dessa iniciativa.
Não é por causa de repressões expressas ou latentes (que, a existir, também se revelariam noutros lugares do país), por possíveis dificuldades jurídicas ou administrativas ou devido a tenebrosas e sinistras conspirações do CP (conservadorismo parolo, como o definem, com piada).
Basta de agitar a falácia da vitimização.