3.10.06

A propósito

É de anedotário o que se tem passado com as notícias sobre estas eleições no Brasil. Além de Lula sabem os leitores e telespectadores portugueses que existe a candidata Heloísa Helena. Quantas vezes se falou daquele obscurantissimo senhor que vai à segunda volta? E note-se que segundo nos é dito o incógnito vai à segunda volta apenas porque os ricos votaram nele e também porque os companheiros de Lula se deixaram apanhar nuns esquemas de corrupção (coisa confusa que nem vale a pena detalhare que assim como assim é endémica e generalizada no Brasil)

Os resultados do referendo no Brasil sobre o porte de armas e as eleições no Iraque são exemplos de como as convicções dos jornalistas se podem sobrepor ao seu trabalho. Os jornalistas entenderam que os brasileiros iam votar a favor da proposta governamental sobre a posse de armas e entenderam também que as eleições no Iraque não iam acontecer. As notícias que daí resultaram merecem ser lidas/vistas de novo.

Talvez o resultado das eleições brasileiras obrigue a pensar não só que as notícias não são um rodapé das nossas teses - as notícias podem e devem fundamentá-las mas não serem feitas à medida - e sobretudo que se deve prestar um pouco mais de atenção à América Latina. Nesse sentido recomendo que se preste atenção à imprensa da Bolívia. Por exemplo às notícias sobre viagens, aviões, agências de viagens...

Esta. E também esta.

Graças ao seu programa indígeno-marxista Evo Morales ainda acabará a ser nomeado patrono das agências de viagens.

Ps. Destas andanças pela imprensa da Bolívia resta-me uma dúvida incontornável: com tanto apelo ao multiculturalismo, à cultura indígena, ao saber médico e judicial dos aymaras... é bizarro que as mocinhas que enlevam os olhos dos leitores da Bolíva pareçam saídas das montanhas da Áustria. Nem uma aymara para amostra!