16.2.05

Eu, eleitor indecido me confesso

A 4 dias das eleições, os partidos continuam apostados em não apresentarem qualquer proposta concreta de governação. Todos reafirmam a sua vontade de não realizarem qualquer reforma estrutural do Estado.
A coisa está difícil.
E para que servem as campanhas eleitorais? Para os líderes andarem pelas ruas e mercados a cumprimentar as pessoas? Os comícios servem para agitar bandeiras, gritar muitas vezes o nome do partido e do líder (como se ninguém soubesse), e ouvir banalidades.

No meu círculo eleitoral (Porto), tenho 10 opções de voto. Nenhuma é atraente:
Partido Humanista, agremiação de origem esóterica e ligeiramente sinistra;
PNR, partido que não gosta dos portugueses, uma vez que é contra os imigrantes;
PCTP/MRRP, comunistas revolucionários, não gostam da democracia;
POUS, socialistas radicais. Em extinção;
PND, de Manuel Monteiro que quer fechar as fronteiras;
BE, moralistas de cariz totalitário, defendem o reforço do papel e estruturas do Estado;
PCP, apesar da campanha de simpatia levada a cabo pela comunicação social relativamente ao seu secretário-geral, reafirma os laços especiais de amizade que ligam o seu partido aos partidos irmãos de Cuba e da Coreia do Norte; mantêm a sua oposição à iniciativa privada;
PS, defendem o reforço da actuação do Estado, opõem-se à reforma do funcionamento do Estado;
PSD/PP, não diminuíram as funções, estruturas e despesa do Estado, opõem-se a reformas radicais mas evidentes e necessárias;
Em eleições passadas, por vezes, surgiam uns partidos mais inócuos como o PDA, o MPT, ou PPM. Pelo menos em relação a eles eu não tinha propriamente anti-corpos muito resistentes e sempre evitava votar em branco. Mas desta vez, está mesmo difícil.