Alguns leitores confundem o direito de votar, que é um direito democrático e liberal indiscutível, com sabedoria. O direito de votar inclui o direito de votar enganado, e num sistema iliberal em que o poder do estado não está limitado, inclui o direito de votar pelo interesse próprio contra aquilo que poderia ser considerado o bem geral. Como a maior parte dos eleitores estabelece um nexo de causalidade entre a acção presente do governo e o estado actual da economia, devemos esperar que a maior parte dos eleitores vote enganada. Num país em que o maior partido é o partido dos dependentes do estado, devemos esperar que só raramente é que a maioria dos eleitores vote contra os seus interesses de curto prazo.
A crítica aos eleitores é perfeitamente legítima, porque uma coisa é o direito ao voto, outra bem diferente é a infalibilidade do eleitorado.