14.3.05

Argumento nacionalista contra a liberalização da distribuição de medicamentos

Argumento nacionalista contra a liberalização da distribuição de medicamentos é o seguinte: se a distribuição de medicamentos for liberalizada, as empresas estrangeiras de distribuição vão entrar em Portugal, abrindo novas farmácias, ou comprando as farmácias existentes aos respectivos proprietários. Os estrangeiros vão passar a dominar o mercado farmacêutico.

Deve dizer-se que:

1. Os únicos portugueses que beneficiam com o monopólio das farmácias são os respectivos proprietários. Ou seja, menos de 4000 mil portugueses e respectivas famílias.

2. Para os restantes portugueses é igual terem que comprar medicamentos numa farmácia de um estrangeiro ou numa farmácia de um português. Um medicamento é um medicamento. Um euro é um euro.

3. Quando uma empresa estrangeira entra em Portugal isso chama-se investimento estrangeiro. O investimento estrangeiro é bom porque contribui para aumentar o capital disponível na economia portuguesa, a qual poderá produziz mais e não menos;

4. Os medicamentos vendidos pelos farmacêuticos estrangeiros são iguais aos vendidos pelos farmacêuticos portugueses;

5. Os farmacêuticos portugueses só vendem as respectivas farmácias se quiserem. Não são obrigados a fazê-lo. Mas se venderem provam que dão mais valor ao dinheiro que ao patriotismo.

6. Uma empresa de distribuição farmacêutica só conseguirá implantar-se em Portugal se conseguir prestar um serviço melhor que o serviço prestado pelas farmácias existentes actualmente;

7. Se os farmacêuticos estão com medo da concorrência estrangeira é porque sabem que estão a prestar um mau serviço.

8. Existem em Portugal centenas ou milhares de empresas estrangeiras, as quais só conseguem sobreviver porque prestam serviços que os respectivos clientes valorizam.