21.3.05

Barnabé elogia Halliburton

1. Este mundo está perdido. O Bruno Reis elogiou o capitalismo de estado, o complexo militar e indústrial e a Halliburton nas páginas do Barnabé.

2. Lamento informar, mas as empresas tipo Halliburton, Siemens, Alstom, Boeing, Airbus são empresas que parasitam as respectivas economias e em nada contribuem para o desenvolvimento dos respectivos países.

3. As coisas funcionam assim: um político, normalmente um ex-funcionário de uma dessas empresas, lança um concurso público para uma grande projecto público. O projecto público é inútil. Serve apenas para pagar serviços políticos a determinadas clientelas. O projecto é pago pelo contribuinte, que não tem por onde escolher e é forçado a pagar algo de que não precisa. O concurso é viciado de forma a que o projecto seja atribuído a um número restrito de empresas nacionais, o que implica que não ganha a proposta mais favorável ao contribuinte, mas a proposta mais favorável a determinados interesses políticos. Muitas vezes, o projecto tem objectivos militares, isto é, não serve para produzir riqueza, mas para destruí-la.

4. Claro que os impostos usados para financiar este tipo de concursos são retirados das empresas realmente produtivas que produzem bens e serviços que as pessoas realmente querem ao ponto de estarem dispostas a comprar livremente esses bens e serviços. As Halliburtons distorcem a concorrência e parasitam as actividades produtivas.

5. A França faz isto, a Alemanha faz isto, os Estados Unidos fazem isto, a Rússia faz isto. Quem perde são os respectivos cidadãos. Quem ganha são as respectivas elites.

6. O que eu acho extraordinário é que os portugueses queiram que Portugal também faça isto. O raciocínio é o seguinte: se os franceses, os alemães e os amerciacanos dão um tiro no pé, nós não podemos ficar atrás e temos que dar dois tiros no pé.

7. Empresas de estado em Portugal? Não, obrigado. Devem ser todas privatizadas e devem ser tratadas como qualquer outra empresa sem favores nem subsídios especiais. Se forem boas, florescerão. Se os alemães e os franceses continuarem a condicionar os seus próprios concursos públicos, tanto pior para eles.