"Como o modelo capitalista fracassou, agora é a vez do povo criar as suas empresas em auto-gestão. O estado deve apoiar estas empresas colectivas, autogeridas e lutar pela autodeterminação do povo. Este é o eixo central do nosso programa."Esperam-se brilhantes resultados. Evo defende a produção de coca, gesto que lhe permitiu agregar todo o voto campesino.
«La coca no es una droga! Hay que acabar con esta mentira. Ha llegado el momento para acabar con la amenaza de aniquilación de la coca y de nuestro modo de convivencia comunitaria. La hoja de coca nos ha sostenido a través de todas las adversidades hasta el día de hoy; y lucharemos con todo nuestro poder y con ayuda de ella, para parar los desalmados propósitos del hombre blanco.Como otras plantas, la coca es una medicina, una planta sagrada. Gracias a la coca, hemos soportado innumerables sufrimientos causados por la infame guerra de los blancos contra las drogas.»O líder dos cocaleros mistura no seu discurso o combate aos traficantes com uma falácia do valor da coca como planta tradicional, ignorando que se os campesinos recebem dinheiro pela folha de coca, é apenas pelo seu valor como droga e não como planta medicinal.
«Defendemos la hoja de coca, queremos comercializarla, exportarla e industrializarla. Vamos a impulsar el uso industrial de la hoja de coca, no de la droga. La droga no es para nuestra cultura.»Evo defende um moldelo económico para a Bolívia à imagem do modelo cubano de Fidel Castro, de quem se confessa grande admirador e a quem elogia a sua luta triunfal contra o império.
"O povo já começou [a revolução] e não só na Bolívia como em toda a America Latina. Estou seguro que vamos ter muitas Cubas para acabar com o imperialismo norte americano na America Latina."O seu programa é uma mistura de recusa de mercado livre, proteccionismo, nacionalizações, anti-americanismo e anti-capitalismo, muito semelhante ao discurso que os líderes do Bloco de Esquerda faziam em Portugal na década passada, antes de renegerem a sua história.
O discurso de Evo Morales assenta que nem uma luva no tipo do "Perfeito Idiota Sul-Americano". Conta com o aplauso e complacência de Lula, Hugo Chaves e Kirchner. Lula, a quem Evo terá já anunciado a nacionalização da brasileira Petrobras, saiu-se com esta:
"Olha o que significou a eleição do (Hugo) Chávez na Venezuela. Imagine o que significa se o Evo Morales ganhar as eleições na Bolívia. São mudanças tão extraordinárias que nem mesmo os melhores cientistas políticos dos nossos países poderiam ter escrito."Aquilo que Evo defende, consciente ou inconscientemente, é explicado por Carlos Alberto Montaner:
«En el arco político boliviano hay dos sectores: un sector indigenista, que acaba por complicar las cosas de una manera terrible, y el sector de Evo Morales, que es de un radicalismo político marxista-leninista muy elemental, pero marxista-leninista al fin, que también niega la esencia del Estado boliviano. Y hay una revitalización de algo que parecía superado: el comunismo.»Não é difícil fazer previsões sobre o que aí vem. Alvaro Vargas Llosa chama-lhe Bolivia's Nightmare.