Eu quero lá saber se as televisões deviam passar mais notícias ou menos sobre incêndios. É-me totalmente indiferente se os fogos de verão ocupam 60%, 30%, 10% ou 3,8% do tempo noticioso. Isso deverá ser uma opcção editorial e de audiências que cada estação gerirá como bem entender. Além disso, não tenho meios para saber se em determinado momento o espaço noticioso é sobre ou subvalorizado e com que intenções.
Querer centrar a discussão em tais matérias é chutar para canto, é literalmente, fazer uma cortina de fumo.
Entendo sim relevante saber se, como foi alegado, existiram interferências do poder político, condicionando ilegitimamente a autonomia de uma das empresas.
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É que o articulista não disse «acho que». Disse: «informações de que disponho». Portanto, algo de verificável. E mais tarde precisou que se tratavam de fontes, «testemunhos pessoais». Ora a menos que o DN, o JN e o Público deixem de usar nos seus artigos expressões como «o DN soube que», «fontes próximas asseguraram que» e outras semelhantes, parece-me estranho tanto insurgimento contra ECT.
É a personalidade do autor que não lhes agrada? Ora, isso acontece diáriamente na relação leitor/jornalista e nem por isso se deixa de dar o mínimo de crédito profissional ao mesmo. É o teor das declarações que os incomodam? Bom, julgo ser uma velha verdade nessa profissão dizer-se que as razões do incómodo devem procurar-se na mensagem e não no mensageiro. ´
Ah, mas a partir de agora só se publicarão informações que se «provem». Muito bem. Portanto, daqui para frente, um mundo novo: nada de fontes não identificadas, nem anónimas. Espero para ver.