Em escritos anteriores, tive já oportunidade de criticar a existência de estações televisivas estatais em regimes democráticos. Entre outra argumentação, constou a seguinte:
"...as televisões dos Estados...constituem a última bóia de salvamento, em tempos de eleições, através da qual os governos em exercício pretendem captar os votos necessários para não se verem obrigados a passar para a oposição. Muitos conteúdos televisivos contêm uma mensagem política, alguns veladamente, outros de forma manifesta. A televisão estatal tenderá a repartir as mensagens mais em função da distribuição dos votos nas anteriores eleições, do que em função da distribuição dos votos nas eleições seguintes. Esse facto poderá influenciar os actos eleitorais." (F.L., 2004)
Se este argumento for verdadeiro, então poderá existir maior apetência para propor a terminação da existência de uma estação estatal de televisão (designadamente através da privatização) quando um partido se encontra na oposição do que quando o mesmo partido se encontra no governo.
Nesse contexto, tem particular interesse a posição dos partidos da oposição relativamente à continuidade da existência de um operador de televisão estatal. É que será difícil ver um partido no governo terminar com a existência de um operador estatal, excepto se tiver sido tomada uma posição nesse sentido antes das eleições.
José Pedro Lopes Nunes
"...as televisões dos Estados...constituem a última bóia de salvamento, em tempos de eleições, através da qual os governos em exercício pretendem captar os votos necessários para não se verem obrigados a passar para a oposição. Muitos conteúdos televisivos contêm uma mensagem política, alguns veladamente, outros de forma manifesta. A televisão estatal tenderá a repartir as mensagens mais em função da distribuição dos votos nas anteriores eleições, do que em função da distribuição dos votos nas eleições seguintes. Esse facto poderá influenciar os actos eleitorais." (F.L., 2004)
Se este argumento for verdadeiro, então poderá existir maior apetência para propor a terminação da existência de uma estação estatal de televisão (designadamente através da privatização) quando um partido se encontra na oposição do que quando o mesmo partido se encontra no governo.
Nesse contexto, tem particular interesse a posição dos partidos da oposição relativamente à continuidade da existência de um operador de televisão estatal. É que será difícil ver um partido no governo terminar com a existência de um operador estatal, excepto se tiver sido tomada uma posição nesse sentido antes das eleições.
José Pedro Lopes Nunes