22.3.04

O imperialismo corânico integrista, Madrid e o Kosovo (lembram-se?!)

Ainda (e sempre?...) sobre a abordagem política ocidental ao terrorismo e à questão islâmica, este contributo francês, nada "politicamente correcto" (Ivan Rioufol) é muito significativo (talvez mesmo incontornável). Aqui fica apenas uma passagem de um importante, extenso e pluri-tópico artigo:

Na tragédia espanhola, o Iraque não é mais do que um pretexto. Como refere Gustavo Aristegui, professor de Direito Internacional em Madrid, os islamitas querem que a Espanha acabe por ser terra muçulmana: « Desde há mais de vinte anos, o islão está obcecado pela reconquista da Al-Andalous (...) o arcebispo de Granada poderá testemunhar que as compras de terra e de imóveis por islamitas integristas assumem uma grande dimensão».
Ora, esse mesmo islamismo conquistador e niilista queima também, neste preciso momento, igrejas e mosteiros sérvios no Kosovo e mata cristãos.

É este imperialismo corânico, humilhado pela memória da sua grandeza e habitado pelo desejo de vingança, que inúmeros Ocidentais continuam a não querer olhar de frente, preferindo acusar aqueles que escolheram combatê-lo! (tradução livre de um artigo de Ivam Rioufol, publicado aqui, no Figaro)

Claro está que haverá sempre quem diga, desde logo, que este tipo de conclusões é susceptível de acicatar uma "guerra de civilizações" e não é nada "multicultural" (num certo sentido - ainda bem!)....; no entanto, acho que este tipo de estigmatização acaba sempre por ser ultrapassado, desde logo, porque o facto é que os grupos, células, operacionais terroristas fundamentalistas, não representam o modo de pensar e de agir maioritário, nos países muçulmanos! Acreditemos mesmo que possam ser a excepção à regra da tolerância e coexistência inter-civilizacionais...