27.3.04

A VINGANÇA

Em 18 de Fevereiro passado, Luís Villas-Boas espantou o "politicamente correcto" nacional ao declarar-se frontalmente contra a possibilidade de adopção por "casais" homossexuais.

Na altura as várias associações "gays" exigiram a sua cabeça. Os profissionais das causas que "ficam bem" iniciaram a sua imolação pública.
Mas, contra as minhas expectativas iniciais, a coisa ficou por aí.

Notando o pouco êxito da sua campanha, os "justiceiros" frentistas tentaram outra táctica de aniquilação.

Ela aí está, abrindo os noticiários da SIC: «Refúgio Aboim Ascensão em Faro rejeita crianças deficientes e portadoras de HIV - Confrontado com este crivo apertado, o director da instituição explica que o refúgio só está vocacionado para crianças normais com menos de 6 anos»; com as necessárias repercussões: «O Refúgio Aboim Ascensão recusa crianças com SIDA e deficiências» e por aí adiante.

A Abraço já se indignou. As vozes do "politicamente correcto" exultaram e afiaram os dentes. A secretária de estado Teresa Caeiro, não percebeu (novamente!) e disparatou.

Não vale a pena salientar que aquele tipo de instituições necessita de meios e logísticas especiais para poder receber crianças com essas doenças ou portadoras de certas deficiências. Nem sequer adianta alegar que essa é uma prática comum nos estabelecimentos do mesmo tipo. Será, também, inútil referir que Villas-Boas está a envidar esforços para criar uma instituição capaz de receber crianças deficientes.

Não, tudo isso é esforço vão. Luís Villas-Boas enfrenta um dos mais poderosos lobbys deste país. Que lhe jurou pela pele e que não vai desistir enquanto não o destruir.

Assistamos, pois, devidamente refastelados no nosso sofá, aos próximos episódios do sacrifício anunciado.