"O Estado deve intervir mais", Marques Mendes, no Público.
Tantas pérolas que me iam escapando:
"eu sou daqueles que acha que a ideia de menos Estado é simultaneamente correcta e incorrecta."
A tese da não-posição vai fazendo o seu caminho....
"é correcta no sentido de que deve intervir menos em algumas áreas onde intervém demais, como na economia."
Tá certo. Mas, desculpe, e o que é que este Governo privatizou? Porque se mantém dono de centenas de empresas? Porque que é manteve na sua posse o grupo RTP, EDP, Galp? E porque não vendeu a sua quota ou desmantelou o "polvo" da PT?
"Mas o Estado tem de intervir mais em áreas onde ao longo dos anos tem intervindo menos. Por exemplo, no domínio do ambiente, do combate ao terrorismo, no domínio das cidades, da imigração, da regulação ou saúde também".
Extraordinário. Cidades? Então, onde está a lei do arrendamento? Onde estão as formas de financiamento ou a capacidade de impostos directos municipais alternativos ao financiamento pelas licenças de construção?
Imigração? Mas então não tem este governo continuado a fomentar a imigração ilegal? Saúde? Caramba, eu julgava que o Estado é que limitou durante dezenas de anos a formação de médicos e enfermeiros, que nunca conseguiu obrigar tais profissionais a trabalharem onde são precisos, que protege o monopólio das farmácias, que é propriétario e gestor da quase totalidade do sistema de saúde, que regula e paga cegamente o desperdício de grande parte do SNS, que regulamenta o preço dos medicamentos e dos actos médicos em geral. E por aí fora.
Intervir mais? Por favor, deixe-se estar entretido nos Assuntos Parlamentares.