das suas responsabilidades como ministra ao afirmar que o Governo tem actualmente muita pouca margem de manobra para influenciar o crescimento ou a recuperação da economia.
Alguns sectores liberais acolheram com satisfação tal afirmação, como se dela se pudesse depreender que o Estado já não tem efectivamente meios de influenciar ou dirigir o sector económico.
Nada mais errado.
O Estado é ainda detentor de centenas de empresas que nada tem a haver com a função Estado: águas, empresas imobiliárias, meios de comunicação, telecomunicações, estaleiros navais, transportes, autódromos desportivos, sociedades gestores de direitos desportivos, estádios, empresas agrícolas, etc., etc.
O Estado não foi ainda reformado. O cidadão continua a ter acesso à prestação de serviços públicos de fraquíssima qualidade. E caros.
O Estado continua a gerir mal e porcamente os recursos que os contribuintes tem de lhe entregar: a ineficácia, o despesismo, o desperdício, o compadrio, a corrupção, continuam bem presentes em múltiplos sectores da administração pública.
O Estado, pela mão da própria Ferreira Leite continua apostado em obras faraónicas, sem qualquer suporte de relação custo/benefício para a comunidade, como sejam os TGV’s, os Alquevas, as Ota’s. Na própria venda de créditos ao Citigroup, a ministra não é capaz de contabilizar o respectivo custo para o Estado. Numa empresa privada, perante tal resposta seria imediatamente despedida.
Também seria despedida com justa causa, quem sabe, por invocação da extinção do posto de trabalho, ao aceitar baixar os braços e defender que o Estado nada mais pode fazer para reanimar a economia. A questão é que nem sequer deve ser esse o seu objectivo, mas sim tornar eficaz a máquina administrativa que é suportada por todos os cidadãos, de forma a estes verem libertos recursos que possam eles próprios aplicar em áreas em que entendam serem melhor aplicados e com maior rentabilidade.
É difícil. Implica rupturas. Enfrentar interesses instalados. Revolucionar a Adm. Pub. Cortar, reduzir, gerir melhor. Pois é, mas não é para isso que lhe pagam? Não foi para isso que foi eleita esta maioria?
Não conseguem? Desistem?
Venham outros.