O jcd publicou no Jaquinzinhos um novo tributo à imparável Ana Benavente, da autoria de Mariana Coruche. Com a devida vénia, não resisto a publicitá-la:
«Os exames, pelo seu papel diferenciador e pró-classista, só podem contribuir para uma indesejável heterogeneização sociológica da cidadania e para a implementação de sintomas desestruturantes a uma correcta e faseada construção do ser. A constituição de uma entidade própria não deve em nenhum caso ser moldada por príncipios centralizadores, imposições autistas de teorias do conhecimento ultrapassadas e que rejeitam as visões pós-modernas da construção do homem enquanto ser sociológico.
"A linguagem é intrinsecamente uma ficção legal", sugeriu Foucault. É tempo de percebermos que o ensino é apenas uma interpretação da linguagem. A ciência não é mais do que uma construção ficcional a partir de uma realidade nem sempre devidamente percepcionada.
É tempo de acabar de vez com o paradigma cultural capitalista. O conceito de classificação não é de algum modo método válido para formular exigências e valorizar a aprendizagem. Temos que gritar bem alto: "Não aos exames"!
A tentativa de reimplementação da avaliação fascizante, demonstra até que ponto a extrema-direita no poder tem uma visão retrógrada de uma sociedade que pretende hierarquizada e comandada por alguns princípios que hoje sabemos ultrapassados: a geografia, a gramática, a trigonometria e os mais fascistas de todos os pseudo-saberes: a multiplicação, a divisão e a raíz quadrada».
Mariana, tens de ir a Ministra!