Parece-me evidente que o Governo espanhol forçou a tónica na responsabilização imediata da ETA.
E fê-lo porque tal lhe era favorável em termos eleitorais e não porque os indícios fossem mais fortes nesse sentido do que em outro.
Foi uma aposta arriscada, que tudo aponta para ter saído furada e que lhe poderá sair caro hoje mesmo. Se o eleitorado o penalizar, só posso compreender tal reacção. Ninguém gosta de ser manipulado, muito menos em democracia.
Se mesmo assim vencer as eleições, o sucessor de Aznar começará o seu mandato à defensiva, o que é mau.
Tinha tudo para obter uma vitória eleitoral importante e rara: um líder forte que se retira e uma imagem de 8 anos de Governo genéricamente positiva com sondagens favoráveis.
Na Grécia, em condições políticas semelhantes, o partido governamental sofreu mesmo assim pesada derrota.