30.7.06

Os aliados involuntários do Hezbollah

Uma guerra é um assunto sério, normalmente gerido por profissionais com objectivos estratégicos claros e com controlo de forças no terreno.

E depois há os amadores, sempre dispostos a lutar por um ideal. O tipo mais interessante de amador é o pacifista. Sempre a lutar pela paz, por vezes dizendo-se defensor dos fracos e oprimidos, alega que não está por nenhum dos lado. Até pode ser verdade, mas na prática o pacifista contribui sempre para o esforço de guerra do lado que estiver na defensiva.
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Um amador, especialmente o pacifista amador, é o alvo fácil da manipulação dos profissionais da propaganda. Qualquer exibição de cadáveres, qualquer anúncio de vítimas civis (infelizmente são quase sempre mulheres e crianças, os civis homens nunca morrem), serve para atiçar os ânimos do pacifista. Aliás, não há sangue que ferva mais depressa do que o sangue dos gandhis modernos.

No presente conflito, a causa da paz, na sua versão mais comum (há excepções, por exemplo as intervenções de Bento XVI) serve a causa do Hezbollah porque os protestos dos pacifistas premeiam o uso de escudos humanos e limitam as opções tácticas dos israelitas. Resulta disto que aqueles que dizem que estão contra a guerra e não a favor do Hezbollah até podem estar a ser sinceros, mas se estão fazem o papel de idiotas úteis, porque as suas acções reforçam a posição do Hezbollah.