Ministra nega existência de erros generalizados nos exames nacionais
A ministra da educação não deve perceber muito de química, nem tem que perceber. Para nos garantir que não há erros na prova de química, como o fez ontem na SIC, tem que confiar numa autoridade. Mas em qual? A ministra revelou que "Os relatórios técnicos dizem que não houve erros. Há, por vezes, controvérsias em relação ao conteúdo e isso é normal em ciência". Só que, digam o que disserem os relatórios técnicos, o que é certo é que a Sociedade Portuguesa de Química alega que existem erros. Por isso, a existir controvérsia, não é uma controvérsia menor. Existe controvérsia sobre a existência de erros. É também interessante notar que de um lado estão relatórios técnicos dos serviços do ministério, os mesmos que seriam responsáveis pelos eventuais erros, e do outro uma autoridade independente do ministério. A ministra também se referiu a um telefonema de um prof. Catedrático em Química que lhe garantia que não existem erros. No entanto o nome desse prof. Catedrático em Química permaneceu anónimo. Neste momento a situação é a seguinte: a ministra tem duas autoridades que lhe dizem que não existem erros, a autoridade interna que julga em causa própria e uma autoridade anónima cuja reputação não pode ser avaliada, e uma autoridade que lhe garante que há erros, a única que nesta história é reputada e independente. Em quem é que a ministra deve confiar?