Os mais recentes comentários no BLASFÉMIAS trazem reflexão suficiente para escrever um livro. Por exemplo, os do Daniel Oliveira desconcertaram-me.
Será que exagerei no ataque que fiz ao comunicado do BE? Emoções do momento à parte, aquilo que está escrito sobre 11-Madrid pelo Daniel Oliveira, aqui e no Barnabé, revela uma sensibilidade próxima da que sinto perante fenómenos como o terrorismo, a violência absoluta e a limitação da Liberdade.
Pode ser que isso seja verdade, mas o BE é o que é. Os seus dirigentes vêm donde vêm. Defendem as causas que defendem. Têm os amigos que têm.
Respiro de alívio: não fui injusto!
O problema é diferente e centra-se no insuperável desconforto desta Nova Esquerda em assumir a plenitude das consequências da identidade ideológica que são. Em recusarem o evidente nexo de causalidade entre o modelo social que dizem querer implantar e os seus múltiplos efeitos secundários, quase sempre perversos e eventualmente não queridos.
Há uma espécie de estado de negação na aferição de que as ideias que defendem levam a resultados lamentáveis. Por vezes trágicos. Independentemente de, mais tarde, os seus inspiradores involuntários surgirem a reprovar os actos que brotaram no caldo de (des)cultura que prévia e inconscientemente cozinharam.
Claro que, para além disso, há uma espessa crosta de incoerência também...