Preferia que o PP tivesse ganho as eleições em Espanha.
Comentadores, à esquerda e à direita, acusaram a esquerda e a direita espanhola de terem tentado tirar dividendos políticos dos atentados. Agora que os resultados são conhecidos, há quem acuse o PSOE de dele ter beneficiado (ou em alternativa de o PP ter sido punido). Mas não é certo que o PSOE não tivesse ganho as eleições em qualquer caso, apesar das sondagens, que, lá como cá, também se enganam. Parabéns pois aos socialistas pela sua vitória. Ainda assim, espero que tenham presente, como li neste blogue, que «Lo más importante en estos momentos es que trabajen para que esta sea una victoria de ellos y no de quienes hace 3 días nos infligieron tanto dolor.»
A Espanha provou que é actualmente uma democracia e o PSOE vai ter oportunidade de provar o que vale.
Zapatero anunciou, no discurso de vitória, que irá colocar a Espanha "en la primera línea de la construcción europea" (irá a Espanha deixar de se opor ao Projecto de Constituição? recorde-se que foi o nosso vizinho, juntamente com a Polónia, quem praticamente impediu que o projecto tivesse sido já aprovado). Aguarde-se pois, pelas mudanças.
Uma das surpresas menores (mas não menos interessante) das eleições foi o excelente resultado do Partido ERC (nacionalistas catalães, que passou de um para oito deputados no Congresso, sendo o quarto partido mais votado), liderado por Josep Lluís Carod-Rovira. Pouco antes da campanha, Corod-Rovira confessou ter-se reunido com dirigentes da ETA e foi acusado de com eles ter negociado uma trégua para a Catalunha.