Em tempos remotos, na faculdade, um professor contou uma história para demonstrar o suposto “umbiguismo” britânico:
Nos anos 30 do século XX, após uns dias de mau tempo, o que impediu a navegação no Canal da Mancha, o jornal “The Times” titulava em letras garrafais na sua primeira página: “NEVOEIRO NO CANAL, CONTINENTE ISOLADO”
Vem isto a propósito do alegado “isolamento europeu” dos governos português e espanhol ao terem apoiado a intervenção militar no Iraque.
O nosso leitor JPE, nos comentários a uma posta anterior, deu informações preciosas que se podem resumir assim:
Países da União Europeia com tropas/forças policiais no Iraque:
- Dinamarca, Itália, Holanda, Portugal, Espanha, Reino Unido
- Estónia, República Checa, Hungria, Lituânia, Letónia, Polónia, Eslováquia
Outros países europeus:
- Albania, Bulgária, Macedónia, Moldávia, Noruega, Roménia, Ucrânia
Uma mentira muitas vezes repetida, só se transforma em verdade se nós deixarmos.
Sobre a União Europeia, faço a seguinte pergunta: se a suposta Constituição Europeia estivesse em vigor um ano atrás, a França, a Alemanha e a Bélgica aceitariam a decisão da larga maioria dos Estados membros, qualquer que fosse a formula de votação adoptada, de a União Europeia, enquanto entidade política apoiar a intervenção militar no Iraque? Ou sairiam da UE?
A primeira decisão do Ministro dos Negócios Estrangeiros da UE seria o de ir à ONU defender o envio de tropas para o Iraque?
A França respeitaria a decisão democrática e institucional de enviar tropas e votaria em tal sentido no Conselho de Segurança ou opor-se-ia, isoladamente, contra a União Europeia?