11.3.04

TERROR

No rescaldo da tragédia madrilena, ocorrida a pouco mais de meio milhar de quilómetros da nossa terra, a boa consciência portuguesa começou de imediato a interrogar-se se não correríamos perigos semelhantes, agora que se aproxima o Euro-2004, acontecimento que terá uma inevitável repercussão mundial. Existem, sem dúvida, razões de preocupação, sobretudo quando ouvimos no «Forum da TSF» responsáveis pelas forças de segurança dizerem que não receberam treino adequado para situações de emergência e que, por conseguinte, não se sentem devidamente preparados para o que aí vem.
Contudo, não vi, pelo menos por enquanto, aqueles que, mal passou o 11 de Setembro e no imediato seguimento dos atentados em Israel, começaram a «tentar perceber» as «causas profundas» do terrorismo, invariavelmente acabando por condenar os EUA e o seu presidente, fazerem agora o mesmo. Como dizia Eça de Queirós, se morrerem, num terramoto, milhares de chineses na China, esse é um acontecimento triste, mas suportável; se nos morrer o vizinho, será uma tragédia de enormes proporções.
Neste dia trágico, talvez seja a hora de percebermos todos em Portugal que o terrorismo é um inimigo universal e cobarde, ao qual a civilização tem de dar resposta uniforme. Como, de resto, no seguimento do 11 de Setembro nos avisou a todos o presidente George W. Bush.