Sem as caixas de comentários, os blogs não seriam o que são. Constituem uma das facetas essenciais que caracterizam este «meio».
Os blogs, em muitos casos, são espaços de comentário à actualidade e/ou aos média. A meu ver, nada de mais natural que sejam eles próprios também objecto de «escrutínio» por parte dos seus leitores.
Para quem escreve, se as reacções em outros blogs são importantes, os comentários, geralmente, também tem uma importante função de «barómetro».
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O artigo de JPP sobre a «fauna» que povoa a caixa de comentários é interessante porque realça e descreve uma das facetas dos comentários e de alguns comentadores: a maledicência, o insulto, o boato, a calúnia e o parasitismo. Mas tal é, como bem refere, simplesmente a transferência do «lá de fora» para «cá dentro», não havendo aí portanto nada de novo, não existindo razões que levassem o mundo dos blogs a serem diferentes do resto da sociedade.
Acresce porém que o boato, a mentira, ou a desinformação são, geralmente, muitíssimo mais facilmente desmontados e desmentidos na internet do que à mesa do café, pelos meios ao dispor e características próprias do seu funcionamento.
No entanto, o artigo é redutor, tanto mais pelo meio em que foi originalmente publicado, dirigido a um público indiferenciado e certamente pouco frequentador das caixas de comentários, as quais não se reduzem apenas àqueles aspectos negativos que enuncia. Pelo contrário. Os comentários são, tantas vezes, o sal do que se escreve, pelo que trazem de novo, pelas correcções e adições de informação, pelos links, pelo humor, pelas discussões e pelos novos temas para onde os leitores levam os debates. Sobretudo nas caixas onde não há controle. Como aqui sucede.
Sucede ainda que JPP aponta vários comentadores em concreto (a esmagadora maioria conhecidos e frequentadores cá da casa), mas que não poderão, com justiça, serem classificados todos por igual como pretende. Há diferenças e muito, mas mesmo muito significativas.
Embora me pareça ser a questão de fundo, não vou entrar na discussão do «anonimato». Fica para outra altura, com mais tempo.
A abordagem conjunta de duas matérias distintas, como seja a questão do crime pela internet, tratado na primeira parte do artigo, e a questão dos comentadores (que dá nome ao artigo) é também algo que julgo menos feliz, pois que, quer se queira quer não, procede-se a um eventual relacionamento entre os dois fenómenos, o que entendo totalmente despropositado.
Mas, mérito do autor, certo é que o debate foi lançado, como se pode ver, por exemplo, nas nossas caixas de comentários, em vários blogs (listagem em actualização no Porque) e no próprio abrupto.
Os blogs, em muitos casos, são espaços de comentário à actualidade e/ou aos média. A meu ver, nada de mais natural que sejam eles próprios também objecto de «escrutínio» por parte dos seus leitores.
Para quem escreve, se as reacções em outros blogs são importantes, os comentários, geralmente, também tem uma importante função de «barómetro».
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O artigo de JPP sobre a «fauna» que povoa a caixa de comentários é interessante porque realça e descreve uma das facetas dos comentários e de alguns comentadores: a maledicência, o insulto, o boato, a calúnia e o parasitismo. Mas tal é, como bem refere, simplesmente a transferência do «lá de fora» para «cá dentro», não havendo aí portanto nada de novo, não existindo razões que levassem o mundo dos blogs a serem diferentes do resto da sociedade.
Acresce porém que o boato, a mentira, ou a desinformação são, geralmente, muitíssimo mais facilmente desmontados e desmentidos na internet do que à mesa do café, pelos meios ao dispor e características próprias do seu funcionamento.
No entanto, o artigo é redutor, tanto mais pelo meio em que foi originalmente publicado, dirigido a um público indiferenciado e certamente pouco frequentador das caixas de comentários, as quais não se reduzem apenas àqueles aspectos negativos que enuncia. Pelo contrário. Os comentários são, tantas vezes, o sal do que se escreve, pelo que trazem de novo, pelas correcções e adições de informação, pelos links, pelo humor, pelas discussões e pelos novos temas para onde os leitores levam os debates. Sobretudo nas caixas onde não há controle. Como aqui sucede.
Sucede ainda que JPP aponta vários comentadores em concreto (a esmagadora maioria conhecidos e frequentadores cá da casa), mas que não poderão, com justiça, serem classificados todos por igual como pretende. Há diferenças e muito, mas mesmo muito significativas.
Embora me pareça ser a questão de fundo, não vou entrar na discussão do «anonimato». Fica para outra altura, com mais tempo.
A abordagem conjunta de duas matérias distintas, como seja a questão do crime pela internet, tratado na primeira parte do artigo, e a questão dos comentadores (que dá nome ao artigo) é também algo que julgo menos feliz, pois que, quer se queira quer não, procede-se a um eventual relacionamento entre os dois fenómenos, o que entendo totalmente despropositado.
Mas, mérito do autor, certo é que o debate foi lançado, como se pode ver, por exemplo, nas nossas caixas de comentários, em vários blogs (listagem em actualização no Porque) e no próprio abrupto.
