28.4.06

what's up, doc?

Alguma coisa se está a passar na direita portuguesa.
A prova disso, depois da agradável moção de estratégia apresentada ao próximo Congresso do CDS, protagonizada por João Almeida, é este número da revista Atlântico, o quarto da série dirigida por Paulo Pinto Mascarenhas.
Decididamente rendida ao liberalismo, a revista apresenta um número de excelentes colaboradores, a esmagadora maioria ligada à blogosfera nossa conhecida, e tem vindo a evoluir muito satisfatoriamente. Neste número, até a dificuldade de conciliar uma publicação mensal com a actualidade política nacional parece, finalmente, começar a ser ultrapassada e a dar bons resultados.
Não querendo excluir ninguém, já que o nível das colaborações é francamente elevado, realçaria dois textos: a crónica do Bruno Cardoso Reis, neste número dedicada à «Esquerda Liberal», onde, apesar do autor confessar algumas dificuldades em entroncar o liberalismo na esquerda, sempre se pode retirar a conclusão que o liberalismo deve ser partidariamente transversal, e não pode ser monopólio da esquerda ou da direita partidária; o outro, é a longa reflexão de Pedro Ferraz da Costa sobre o CDS e, em geral, a direita nacional, onde, entre outros pontos de interesse, se lê esta curiosa «declaração»: «Na mesma linha de raciocínio, para os observadores externos que eventualmente poderão passar a militantes, não faz qualquer sentido que a mesma área política esteja cindida por problemas pessoais entre o Dr. Portas e o Dr. Monteiro, cada um rodeado do seu pequeníssimo grupo de apoiantes fiéis e guerreiros. Todos juntos seriam ainda assim insuficientes para o que há a fazer. O importante é juntar competências, não dividi-las».
Algo me diz que os próximos tempos serão, em matéria de «refundação da direita», curiosos de observar.