Como era previsível, Ribeiro e Castro terá perdido estrondosamente as eleições para os delegados ao Congresso Extraordinário do CDS. Em toda esta história da sua liderança, há uma coisa que nunca percebeu: ele ganhou o último Congresso menos por mérito próprio (que, indiscutivelmente, o tem), do que pela distração do aparelho do partido, que nunca acreditou nessa possibilidade. Ora, uma distração destas, num partido de pequenos caciques locais como o é o actual CDS, não se repete, como agora se viu.
Quanto ao mais, o CDS desde há muito que não existe, se é que alguma vez teve implantação sociológica real. Os seus melhores resultados eleitorais - logo após o 25 de Abril - foram votos de um eleitorado que transitara do regime anterior. Depois, quando o regime saído de Abril estabilizou, o CDS entregou-se à sua insignificância real: em cada eleição foi perdendo votos, eleitores, autarquias, em suma, poder. O fim da AD, o Bloco Central e a década de Cavaco levaram o partido à célebre dimensão do taxi. As suas figuras mais carismáticas foram desaparecendo ou transitando para o PSD (Lucas Pires, José Gama, Vieira de Carvalho, etc.) e para o PS (Rui Pena, Jorge Goes, Luís Beiroco e, agora, Freitas do Amaral). Até que o fim do cavaquismo e um mediático Monteiro renovaram a esperança. Mas, de imediato, conquistados uns reduzidos 8,9% de votos na legislativas, logo o «partido» se começou a dilacerar em questiúnculas internas de pequenos poderes e míseras ambições, o que levou Paulo Portas a afirmar que o «CDS não tem emenda». Com ele, de resto, o mais mediático e inteligente de todos os seus líderes, o CDS foi para o governo, mas manteve a fasquia dos 8%, da qual não se consegue separar.
Hoje, sem cabeças mediáticas, com Sócrates no governo por quatro anos e Cavaco (cujo amor pelo «outro partido» é bíblico) em Belém durante dez anos, o CDS está reduzido a meia dúzia de sedes bafientas e a alguns «históricos» de um aparelho de caciques, que defendem à dentada os pequenos poderes (e empregos) que ainda lhes vão caindo do céu democrata-cristão. Não tem ideologia, programa ou princípios. Tanto vemos os seus responsáveis a falar em reformas do Estado, como logo em seguida os vemos a defender o Serviço Nacional de Saúde e a contratação de 1600 funcionários para a Câmara de Lisboa.
Hoje, sem Portas, sem Monteiro, sem Xavier (cautelosamente ao largo) e, agora, sem Ribeiro e Castro, o CDS é um mostrengo sem cabeça. Se Ribeiro e Castro não o deixar entregue a si próprio e à sua eterna irresponsabilidade, se aceitar continuar a dirigir um partido que verdadeiramente nunca liderou, irá prestar-se a um desgaste e a sucessivas faltas de respeito e de consideração que, por enquanto, não merece.
Quanto ao mais, o CDS desde há muito que não existe, se é que alguma vez teve implantação sociológica real. Os seus melhores resultados eleitorais - logo após o 25 de Abril - foram votos de um eleitorado que transitara do regime anterior. Depois, quando o regime saído de Abril estabilizou, o CDS entregou-se à sua insignificância real: em cada eleição foi perdendo votos, eleitores, autarquias, em suma, poder. O fim da AD, o Bloco Central e a década de Cavaco levaram o partido à célebre dimensão do taxi. As suas figuras mais carismáticas foram desaparecendo ou transitando para o PSD (Lucas Pires, José Gama, Vieira de Carvalho, etc.) e para o PS (Rui Pena, Jorge Goes, Luís Beiroco e, agora, Freitas do Amaral). Até que o fim do cavaquismo e um mediático Monteiro renovaram a esperança. Mas, de imediato, conquistados uns reduzidos 8,9% de votos na legislativas, logo o «partido» se começou a dilacerar em questiúnculas internas de pequenos poderes e míseras ambições, o que levou Paulo Portas a afirmar que o «CDS não tem emenda». Com ele, de resto, o mais mediático e inteligente de todos os seus líderes, o CDS foi para o governo, mas manteve a fasquia dos 8%, da qual não se consegue separar.
Hoje, sem cabeças mediáticas, com Sócrates no governo por quatro anos e Cavaco (cujo amor pelo «outro partido» é bíblico) em Belém durante dez anos, o CDS está reduzido a meia dúzia de sedes bafientas e a alguns «históricos» de um aparelho de caciques, que defendem à dentada os pequenos poderes (e empregos) que ainda lhes vão caindo do céu democrata-cristão. Não tem ideologia, programa ou princípios. Tanto vemos os seus responsáveis a falar em reformas do Estado, como logo em seguida os vemos a defender o Serviço Nacional de Saúde e a contratação de 1600 funcionários para a Câmara de Lisboa.
Hoje, sem Portas, sem Monteiro, sem Xavier (cautelosamente ao largo) e, agora, sem Ribeiro e Castro, o CDS é um mostrengo sem cabeça. Se Ribeiro e Castro não o deixar entregue a si próprio e à sua eterna irresponsabilidade, se aceitar continuar a dirigir um partido que verdadeiramente nunca liderou, irá prestar-se a um desgaste e a sucessivas faltas de respeito e de consideração que, por enquanto, não merece.