A Espanha desagrega-se. Zapatero reage aprovando a Lei Antitabaco.
A ETA continua a extorquir e aterrorizar. Zapatero diz que não é o momento de falar desses assuntos e o seu governo empenha-se no combate à anorexia: modistas e costureiros são intimados a só fazer roupa para tamanhos acima do 34 e anuncia-se uma campanha para obter as medidas médias da mulher espanhola ( Não se sabe se esta campanha distinguirá as diferenças entre as medidas médias das mulheres da nação catalã, da nação andaluza e da nação euskal herria).
O auto dos atentados do 11 de Março revela que dos 40 implicados 34 estavam sob vigilância policial e que muitos deles trabalhavam como informadores dos serviços secretos, Polícia ou Guarda Civil. Simultaneamente as pessoas que primeiro estiveram em contacto com as principais provas da autoria dos atentados - uma mochila e dois automóveis - declaram publicamente que as provas foram alteradas. Ou seja a mochila com explosivos apresentada ao juiz Del Olmo não é igual àquela que os polícias dizem ter visto. Também as duas viaturas onde foram encontrados vestígios dos explosivos, impressões digitais e o video reivindicando o atentado estavam vazias quando foram identificadas, segundo afirmam os polícias que abriram pela primeira vez a Kangoo e o Skoda. Curiosamente o Grupo Parlamentar do PSOE que considerou que a investigação do 11M já chegara ao fim e defendeu não ser necessário chamar à comissão pessoas como Fernando Huarte - um antigo falangista agora militante socialista, amigo pessoal de alguns dos muçulmanos que são apresentados como autores do 11M e presidente da associação de Amigos do Povo Palestino Al-Fatah - esse mesmo grupo parlamentar abordou esta semana a importância da equiparação entre os macacos e os homens. Direitos humanos para os macacos é a reivindicação que será apresentada pelo deputado socialista Francisco Garrido. Segundo este deputado os recentes avanços da genética vieram mostrar-nos «la cercanía evolutiva y la vecindad genética que tenemos con nuestros parientes, los grandes simios». E assim por via da «cercania» nada melhor que ficarmos todos iguais. Se o novo critério para a igualdade for a proximidade genética acabaremos a discutir a bulimia com a mosca do vinagre e os orangotangos.
Por ironia do destino o momento que actualmente se vive em Espanha acaba a dar razão ao senhor Garrido: homens e macacos nem sempre se distinguem! Convirá contudo não esquecer que a nossa «cercania» é de facto Espanha e como tal deixar de considerar que basta ler o «El Pais» para perceber o que se passa no país «cercano». Em Espanha estão a dar-se acontecimentos muito importantes.