Através de um um artigo de Pedro Rolo Duarte publicado no DN de ontem, travei conhecimento com uma nova e fascinante teoria sobre a origem e as causas da temida gripe das aves. O artigo, apropriadamente intitulado «Será a gripe das aves, ou dos homens», remete para uma hipótese que estará já bastante divulgada na net e nalguns media convencionais, e que Clara Pinto Correia resolveu, em boa hora, divulgar em crónica publicada no jornal «24 Horas». Tentando sintetizar, Clara defende que a tão falada doença é, no fim de contas, coisa sem importância, que até hoje, e ao fim de dez anos de existência, não vitimou mais de cem pessoas. É, por isso, menos perigosa do que uma gripe vulgar, responsável por muito mais mortes no mesmo período de tempo. A divulgação em grande escala da existência da doença e o alarme social que isso provocou, terá sido, assim, intencionalmente provocada pelos laboratórios médicos, nomeadamente pelo que detém o registo da patente do «Tamiflu», o medicamento mais eficaz para o tratamento da doença. Até aqui, nada de novo ou de especialmente interessante. A grande divulgação vem depois: é que o proprietário do laboratório que produz o «Tamiflu» é, nem mais nem menos, que o Donald Rumsfeld, o mesmo que invadiu o Iraque, o Afeganistão e invadiria o mundo inteiro se o deixassem, e que não satisfeito com isso, anda agora a encher os bolsos à custa da passarada. Aparentemente, a hipótese é absurda. Mas, se prestarmos atenção às coincidências (e, como sabemos, as coincidências não existem), Rumsfeld tem nome de pato - o célebre Donald de Walt Disney -, o pato é uma ave e a gripe é delas. São coincidências a mais para não ser verdade. Um destes dias, quem sabe, o Dan Brown escreve um livro sobre o assunto.