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A história parece um pouco confusa e, de facto, é.
Portugal tem cinco Faculdades de Medicina que, segundo o Prof. Amaral, um sábio reciclado do PREC a quem o Ministério encomenda uns pareceres quando quer inviabilizar alguma coisa, formam médicos mais do que suficientes para as necessidades do nosso mercado. Por outro lado, a Espanha, onde há vinte e oito dessas mesmas escolas, aproveitando a imensa procura indígena e a jurisprudência e a legislação comunitárias, vêm aqui recrutar alunos que, uma vez concluídos os seus estudos por lá, regressam à pátria habilitados a exercer a mesma profissão que os impediram de aprender aqui.
Concluindo, alguma coisa não está aqui a bater certo: ou o Prof. Amaral e o Ministério não são deste tempo, ou os espanhóis estão a abusar da nossa hospitalidade, ou somos atrasados mentais e não conseguimos ensinar mais e melhor do que os nossos vizinhos, ou anda por aí alguém a fazer-nos ainda mais parvos do que~somos. Tudo ao mesmo tempo é que não dá.