13.7.06

Bendito DN. Já tinha saudades de ler um texto assim!!!

«No Porto, os militantes reuniram-se com o ministro da Presidência e secretário nacional Pedro Silva Pereira. O plenário de militantes da Federação Distrital do Porto debateu as políticas governamentais, com especial enfoque para as do sector do ensino, aquelas que foram mais questionadas. Sem colocarem em causa a permanência da ministra, os militantes inquiriram Silva Pereira sobre o impacto de algumas medidas tomadas e outras anunciadas. (...) No entender de Silva Pereira, o actual Executivo liderado por José Sócrates assumiu como seu aquele que deve ser «o desafio central da esquerda moderna». (...) Repudiou as forças posicionadas à esquerda do PS , apostadas em que "tudo fique na mesma", a par das da direita, "onde se propõe desmantelar o modelo e enviar as pessoas para as mãos das seguradoras». (...) O dirigente fez um balanço da governação, salientando a ofensiva contra a burocracia «como nunca tinha havido». Exemplificou com a criação da «empresa na hora», chegando a confidenciar que, agora, «já não é na hora, mas em apenas 52 minutos». Uma inovação considerada impossível por muitos, «mesmo em países desenvolvidos que agora vêm cá ver como fizemos para também adoptar a medida».
Se fosse o salazarista «Diário da Manhã» ainda acrescentaria que o dignissimo homem de Estado saiu reconfortado daquele encontro com as boas gentes do Norte que, apesar das dificuldades, são das primeiras a dizer presente nos momentos difíceis.
Se fosse o DN no tempo do Saramago ainda se escreveria um parágrafo sobre "o convívio que no fim se estabeleceu entre todos os presentes, operários, intelectuais, algumas mulheres, essas camaradas quase incógnitas que apesar da sua vida ainda tão difícil e cheia dos preconceitos resultantes da longa noite fascista, não quiseram deixar de estar presentes neste encontro onde a Revolução, a nossa Revolução, bateu nos nossos corações."
Como é em 2006 e com o PS o caso passa por natural. Apenas mais uma pergunta: onde é que estão e donde vieram os estrangeiros que nos vem cá estudar?