14.7.06

Mais uma lei de Secretário de Estado

Alunos de Química e Física podem repetir exames

1 - As regras de acesso ao ensino superior são conhecidas desde o início do ano. De acordo com essas regras só conta para a primeira fase de candidaturas a primeira chamada a que um aluno for. Isto é, se um aluno for à primeira chamada e à segunda de um exame só conta a primeira.
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2. Esta era a regra que vigorava até ontem. Desde ontem, por despacho de um Secretário de Estado, as regras mudaram para alguns alunos. Mais precisamente para os alunos que fizeram a primeira chamada dos exames de química ou de física. Este poderão repetir a prova e conta a melhor nota já na primeira fase de candidaturas.

3. Note-se que alguns alunos (os que optaram por ir à primeira chamada) poderão escolher entre a melhor de duas chamadas enquanto outros (os que optaram por ir à segunda chamada) não poderão fazer essa escolha porque nâo poderiam ter adivinhado que o Secretária de Estado ia mudar as regras a meio do jogo.

4. O acesso ao superior deixou de ser regulado por lei geral e abstrata e passou a ser regulado por capricho de Secretário de Estado. O Secretário de Estado deixou de ser um mero executor e transformou-se num fazedor de leis. Com a agravante de produzir uma lei com efeitos retroactivos uma vez que anula efeitos de decisões já tomadas por muitos alunos.

5. E por que é que o Secretário de Estado se tornou de repente caprichoso? De acordo co o próprio, porque os meninos que fizeram a prova QUÍMICA 642, muito mais difícil, ficaram em desvantagem em relação aos que fizeram a prova para o programa antigo, a prova QUÍMICA 142. E assim, para corrigir um erro de base do sistema de acesso, mais precisamente a existência de dois exames diferentes para avaliar alunos que concorrem entre si, o Secretário de Estado armou-se em justiceiro e tentou corrigir um erro com outro compensando os alunos que foram à primeira chamada do exame 642 com uma benesse não prevista à partida.

6. O erro de fundo continuará por corrigir. No futuro continuarão a existir provas diferentes para avaliar alunos que concorrem entre si.

7. Claro que o Secretário de Estado não reconheceu um outro erro dos serviços do seu ministério: o exame 642 tem perguntas ambíguas, situações experimentais fisicamente impossíveis e sugestões de correcção erradas.