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Estará mesmo? É discutível. Todos os mercados vêm apresentando excelentes rendibilidades nos últimos 12 meses, com especial realce para Tokyo, o mercado mais dinâmico da OCDE e que não tem parado de subir desde a validação pelo eleitorado da "agenda liberal" de Koizumi. As bolsas europeia apresentam igualmente muito boas evoluções, todas na casa dos 2 dígitos e a nossa "bolsinha" até ostenta um honroso 3º lugar regional, logo a seguir às germânicas Frankfurt e Zurich. Só que, analisados os mercados num prazo mais longo, o panorama está longe de ser brilhante.
De facto, o crescimento anualizado dos índices ao longo dos últimos 5 anos, só tem expressão significativa nos mercados emergentes e "exóticos", mas que se reduzirá de forma significativa se lhes descontarmos as desvalorizações cambiais ao longo do lustro. Dos mercados ditos desenvolvidos, destaque apenas para Telavive (como seria sem guerra?) e Sydney, com crescimentos anuais da ordem dos 17,6% e 10,4%. Os mercados europeus apresentam números bem medíocres: Lisboa não chega a crescer 1% e só nuestros hermanos mostram algum vigor, com uns "robustos" 5%, a que não é naturalmente alheia a dinâmica da respectiva economia, a que mais cresce na Europa ocidental a seguir à da Irlanda.
Quer isto dizer que os mercados ainda têm margem de subida? Sem dúvida! Mas também têm margem de descida. E é este extremo risco que os torna tão fascinantes.