16.4.06

mickey's revenge

No meio de uma trepidante excitação, o CDS prepara o seu próximo extraordinário Congresso Extraordinário e, à medida que a data se aproxima, as revelações são mais que muitas: o regresso de Nogueira de Brito e Cruz Vilaça, a serena tranquilidade de Maria José Nogueira Pinto que, pela enésima vez, anunciou que não será candidata, o silêncio de Portas, o afastamento crítico de António Lobo Xavier da Direcção que ajudou a eleger e o ruído habitual da «juventude» do partido. Some-se, a este exaltante panorama, algumas «bocas» de Rosado Fernandes contra o anterior líder, na tradição do que fizera já em relação a Monteiro e Freitas, e de que, ao que julgo, escapou Lucas Pires por se ter refugiado, em tempo, no PSD. Quanto a ideias, projectos, planos, em suma, novidades que possam interessar ao país e aos eleitores, o CDS continua sem dizer nada. A única coisa digna de nota foi, na semana que passou, o anúncio que o CDS quer preservar o sistema público de saúde e, presume-se, a generalidade do Estado Social em que vivemos. Nada de que tivéssemos até agora suspeitado, sobretudo pelo decurso sua recente actuação governativa.
Ao fim de trinta e dois anos de regime democrático, o CDS continua o que sempre foi: um partido «limpinho», precocemente envelhecido, que aprecia o imobilismo e detesta o risco, respeitador das autoridades estabelecidas e a estabelecer. Glosando o que, em tempos, alguém disse, há mais vida e animação numa prancha de banda desenhada do rato Mickey, do que nesta triste agremiação de medianas celebridades.