Quando vários países se juntam para resolver os seus problemas, numa agência intergovernamental, não há transferências de poder porque cada país preserva o seu poder. E cada país continuará a defender os seus interesses. À partida, uma agência intergovernamental serve perfeitamente para defender os interesses comuns dos seus membros no mundo.
O que os defensores do imperialismo europeu querem não é uma agência intergovernamental que defende os interesses comuns, o que implicaria a defesa do mínimo denominador comum dos países europeus, mas um estado forte e unido que se assuma contra os interesses divergentes de cada estado europeu. O que os defensores do imperialismo europeu querem é uma Europa com uma política externa comum, de preferência anti-atlantista e anti-anglo-saxónica.
O que se pretende é a criação de uma entidade política sem precedentes históricos. A Europa nunca foi uma entidade política una e indivisível. Sempre se relacionou com o mundo através das relações que cada país europeu estabeleceu de forma independente.
Ora, é esta diversidade de relações que permite à Europa como um todo uma relação flexível com o mundo que, em vez de ser destruida por uma política externa centralista, deve ser aproveitada e valorizada.