31.5.05

Não, senhor Presidente!

Não brinque connosco.
Não aceito o seu apelo «patriótico».
Não aceito que tenhamos de «nos unir para transformar as incertezas da hora presente em razões de confiança no futuro, assentes na co-responsabilização, no realismo e na solidariedade
Não aceito ser co-responsabilizado pela actual situação de elevado défice público.
Não aceito que o Senhor entenda como normal e legítima a quebra do contrato eleitoral do partido de governo, ao aumentar os impostos á revelia e contradizendo a sua promessa aos cidadãos eleitores.
Não aceito apelos «patrióticos», justificando que me sejam impostos sacrifícios patrimoniais, enquanto as estruturas públicas que originaram a actual situação de deficit permaneçam a funcionar sem qualquer alteração.
Não aceito apelos «patrióticos», justificando que me sejam impostos sacrifícios patrimoniais, sem que sejam extintos os diversos organismos públicos inúteis, obsoletos, os serviços duplicados e os que tem competências excessivas.
Não aceito apelos «patrióticos», justificando que me sejam impostos sacrifícios patrimoniais, enquanto se gastam verbas públicas inutilmente em coisas que o senhor apoia: aumento de salários dos funcionários, as grandes obras do regime, o não-despedimento de funcionários e a manutenção das funções do Estado.
Não aceito o seu apelo porquanto nada fez, nem nunca defendeu que fossem alteradas as razões justificativas da actual situação.
Não aceito o seu apelo porque o senhor defende o actual modelo de Estado, porque o senhor defende um Estado social, despesista e porque sempre defendeu o déficit público como útil.
Não aceito apelos «patrióticos», justificando que me sejam impostos sacrifícios patrimoniais, porque não sou patriota.