«A "Europa" foi feita pela França com a ideologia francesa (em parte a da direita e a do general de Gaulle, em parte a da esquerda mais cega e desprezível da terra).
O centralismo, a primazia do burocrata, o medo da liberdade, o "modelo social", a PAC, a desconfiança do mercado, o ódio à Inglaterra e ódio à América trazem bem à vista a marca inconfundível do fabricante. Não admira que hoje, e como a França, essa "Europa" só se defina pelo que rejeita: em primeiro lugar a sua insignificância, de que, por exemplo, a diabolização da América é um sintoma quase patológico; e, em segundo lugar, o liberalismo económico, a que chama "selvagem" ou "desregulado", para não lhe chamar, francamente, "capitalismo", no sentido vulgar e marxista da palavra. O "grande projecto", afinal, acabou em "bunker" de um sistema anquilosado e arcaico e, como costuma suceder nos "bunkers", da fantasia de tirar do nada uma potência universal que intimide a América.
Parece que os franceses tencionam votar este domingo contra a "Constituição europeia". Pelas boas razões? Não, pelas más. Para se agarrarem a um passado de segurança e privilégio, que definitivamente acabou e que nem a "Europa", com "Constituição" ou sem ela, consegue fazer voltar. Agora é a Europa (sem aspas) que se tem de adaptar ao mundo, não é o mundo que se tem de adaptar à Europa. Tão simples como isso. Dói? Pois dói. »
(Vasco Pulido Valente, no Público)
O centralismo, a primazia do burocrata, o medo da liberdade, o "modelo social", a PAC, a desconfiança do mercado, o ódio à Inglaterra e ódio à América trazem bem à vista a marca inconfundível do fabricante. Não admira que hoje, e como a França, essa "Europa" só se defina pelo que rejeita: em primeiro lugar a sua insignificância, de que, por exemplo, a diabolização da América é um sintoma quase patológico; e, em segundo lugar, o liberalismo económico, a que chama "selvagem" ou "desregulado", para não lhe chamar, francamente, "capitalismo", no sentido vulgar e marxista da palavra. O "grande projecto", afinal, acabou em "bunker" de um sistema anquilosado e arcaico e, como costuma suceder nos "bunkers", da fantasia de tirar do nada uma potência universal que intimide a América.
Parece que os franceses tencionam votar este domingo contra a "Constituição europeia". Pelas boas razões? Não, pelas más. Para se agarrarem a um passado de segurança e privilégio, que definitivamente acabou e que nem a "Europa", com "Constituição" ou sem ela, consegue fazer voltar. Agora é a Europa (sem aspas) que se tem de adaptar ao mundo, não é o mundo que se tem de adaptar à Europa. Tão simples como isso. Dói? Pois dói. »