26.5.05

Deves tê-los em sangue de tanto os coçar

Diz o Rui Tavares, no Barnabé:

«Devo dizer que pagarei com um sorriso nos lábios a minha taxa de 42% de IRS no dia em que tiver um rendimento superior a 60.000 euros. Não que seja assim uma coisa altamente provável, mas enfim».

60 mil euros é apresentado pelos media como uma fortuna. Mas, quem ganha esse dinheiro, a trabalhar, e vê como ele é depois desbaratado pelo Estado, não paga impostos com um sorriso nos lábios, mas com um enorme sentimento de frustração.

O post do Rui Tavares alinha no velho chavão revolucionário «os ricos que paguem a crise», que José Sócrates insiste em recuperar. O patamar definido não é o dos ricos, mas daqueles que aspiravam um dia a sê-lo. Os que têm iniciativa, e poderiam querer criam a riqueza do país, têm aqui um «sinal» - tão do apreço deste governo socialista - para emigrar.

No Parlamento, JS diz que «não vê a despesa pública como gordura, mas como um elemento necessário para manter o Estado Social». Mas que grande tanga. Pode não ser uma peça de roupa íntima. Mas que isto é tanga, é. Estado Social? Para ir para a Avenida da Boavista, tenho de passar pelo monumento ao Pescador, uma obra edificada pelo Município de Matosinhos, no valor de um milhão de euros. Mais adiante, do lado direito, temos o Edifício Transparente, que custou para lá do milhão ... de contos, e não tem uma funcionalidade atribuída! É isso mesmo: foi construído, mas não se sabe para quê! Existem, por este país fora, milhares de casos de desperdício. Chama-lhe JS Estado Social, Eu nem sei o que tenho vontade de lhe chamar.

Quem cá ficar, que feche a porta. E, Rui Tavares, nessa altura tenha cuidado, não vá ficar entalado.

Rodrigo Adão da Fonseca