Eu sei que o Engº Sócrates prometeu em campanha eleitoral que um governo liderado por si não aumentaria os impostos. Mas também sei que ninguém acreditou verdadeiramente nisso. O ambiente para a subida dos impostos estava há muito criado e ninguém poderá manifestar genuíno espanto pela confirmação dessa decisão no orçamento para 2006.
Como ninguém se poderá admirar por um governo socialista pretender equilibrar as contas públicas pelo lado da receita e não pela despesa. Os socialistas são verdadeiramente defensores do Estado Social, que criaram e querem preservar a todo o custo. Nesse aspecto, diga-se em abono da verdade que Sócrates nunca mentiu: ele é socialista e defende o modelo social, isto é, que o Estado deve assegurar um sem número de funções que todos devemos pagar. Repito: pagar! Pagar as universidades «gratuitas», o rendimento mínimo, o sistema público de segurança social, a RTP, a Telecom, a Tap, a Expo, o Euro, a Caixa, o Metro e o centímetro, e, sobretudo, uma inúmera legião de altos funcionários com reformas à «Mira Amaral», acumuláveis com lugares de administradores não executivos de empresas públicas. Foi o Estado Social que ele prometeu aos portugueses e foi nisso que os portugueses votaram maciçamente. Portanto, queixam-se agora de quê?
