Ontem, no Jornal da Noite da Sic pareceu-me ter ouvido o responsável pela ASAE a responder a um convite para almoçar com o embaixador chinês. O Sr. representante da ESAE aproveitou para esclarcer, não percebo por que motivo, que não são apenas os restaurantes chineses que são fiscalizados. A ASAE também fiscaliza padarias e pastelarias. Dei por mim a pensar no conjunto A:
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A={padarias, pastelarias, chineses}
O conjunto A tem uma propriedade muito interessante: pertence ao conjunto dos conjuntos com elementos que não lhe pertencem. Outros exemplos:
B={talhos, charcutarias, monhés}
C={cabeleireiros, barbeiros, pretos}
«Conjunto dos conjuntos com elementos que não lhe pertencem», não é paradoxal?
Mas adiante. Parece que a afluência aos restaurantes chineses caiu 50% na sequência das inspecções da semana passada. O que é estranho, uma vez que a inspecção realizada pela ASAE é uma garantia de que os restaurantes que se mantiveram abertos têm boas condições de higiene. O que é mais estranho é que foram precisamente os donos dos restaurantes cumpridores que foram penalizados. Mas só os chineses. Não há notícias da queda nas vendas de padarias e pastelarias. Creio que há aqui motivos suficientes para reflexão. Afinal, se a ASAE fez tudo bem, por que raio é que são penalizados os membros cumpridores de uma determinada etnia? Não deveria ser o objectivo da ASAE garantir que quem cumpre não é penalizado pelos erros de quem não cumpre? E alguém consegue explicar como é que esse objectivo se atinge com inspecções étnicas?
Espero que o Sr. Embaixador lhe sirva baratas.
