9.5.05

A AVALIAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR, SEGUNDO JORGE SAMPAIO

O Dr. Jorge Sampaio parece ter acordado repentinamente de um longo período de quase nove anos em que pouco ou nada se lhe ofereceu dizer sobre o país, para começar a intervir a propósito das mais insuspeitas áreas da governação, sobretudo, daquelas que ele entende serem deficientes. Ou seja, todas.
A última manifestação de preocupação de S. Exª ocorreu hoje com o ensino superior. Numa palavra, Jorge Sampaio entende que o ensino superior em Portugal funciona mal, tem péssimos índices de aproveitamento, muitas reprovações. Logo, conclui, falta de qualidade. Vai daí, sugere que se promova uma avaliação externa do nosso ensino superior, de forma a apurar responsabilidades.
Ora, eu pensava que, pelo menos desde 1998, existia uma instituição criada pelo governo de António Guterres, a quem fora incumbida essa alta função. Nela pontificam, de resto, algumas ilustridades do panteão académico nacional, que certamente não hão-de ter deixado por mãos alheias os seus reputados créditos. Julgo também não faltar à verdade se afirmar que a dita Comissão existe ainda, faz «avaliações externas» e até publica os resultados na net.
E, afinal, di-lo agora o Sr. Presidente, está tudo uma rebaldaria? É necessário fazer mais avaliações? Saberá o Dr. Jorge Sampaio quanto tem custado a CNAVES ao erário público? A coisa não presta, ou não dá resultados fidedignos?
Era bom que o Dr. Jorge Sampaio explicitasse um pouco melhor o seu pensamento sobre a matéria.