18.5.05

Da próxima, invista na Polónia ou na Eslováquia III

Caro Bruno, talvez não tenha percebido que a Bombardier é um investidor tão sério como qualquer outro potencial investidor em Portugal. Investiu quando achou que devia investir e desinvestiu quando achou que devia desinvestir. É isso que fazem os investidores. A Bombardier não tinha nenhuma obrigação contratual com o estado português que a impedisse de desinvestir. E caso tivesse, esse assunto devia ser discutido nos tribunais e não justificaria decisões arbitrárias como uma expropriação. A Bombardier tem toda a legitimidade para maximizar os seus lucros da forma que entender, incluindo, e de acordo com a lei geral, através da urbanização de terrenos industriais. Enquanto não se perceber que o direito de desinvestir é um direito sem o qual ninguém está disposto a investir sem contrapartidas, as empresas estrangeiras vão continuar afastadas de Portugal. Quanto aos países liberais, os países liberais não nacionalizam instalações industriais. Não tomam decisões arbitrárias só porque as negociações lhes correm mal. Nos países liberais, os conflitos resolvem-se nos tribunais.