1. Perto das 20h atravesso o trânsito do Porto ouvindo o início do relato do Sporting. Excitado, o locutor da Antena 1 descreve pormenorizadamente o estádio, referindo que «ao fundo vê-se uma igreja da religião local, o anglicanismo...».
2. Já em casa vejo o jogo tentando manter a distância devida. Mas no prolongamento o Sporting cresceu e eu, por momentos, esqueci-me de quem sou: dei por mim a puxar pelo Sporting!
Nisto, no meio do barulho que eu fazia, ouço um grito agudo: «Pôôto!». Estupefacto, olhei para a minha filha que amanhã faz 17 meses, sócia portista nº 111570, que com aquela estridente exclamação, acompanhada de uma expressão facial em que julguei vislumbrar alguma censura, me colocou no devido lugar.
3. Passados poucos minutos o Sporting marcou. E apesar da bébé já estar a dormir, o pudor trazido pela cena anterior impediu-me de celebrar... por aí além.