16.5.05

NADA SE GANHA, NADA SE CONQUISTA, TUDO SE PERDE

O Dr. Vitor Constâncio, sapiente oráculo das finanças públicas portuguesas, anunciou aos portugueses aquilo que há muito eles sabiam: que o défice orçamental ultrapassa largamente os famigerados 3% do defunto PEC e que, no fim de contas, ninguém sabe ao certo em quanto é que ele vai.
O que isto quer dizer, entre muitas outras coisas, é que o Estado continua a gastar mais, muito mais, do que pode, sendo que nem o último governo, nem os que o antecederam, fizeram coisa alguma para o colocar em parâmetros que as nossas possibilidades comportem e que um pequeno país como Portugal necessite. Quem paga é, obviamente, a classe média baixa (teremos outra?), que não compreende porque há-de pagar bens e serviços que o Estado não presta ou presta insuficientemente.
Foi por esta e essencialmente por esta razão que a maioria de direita perdeu o poder, que António Guterres perdeu o poder e que José Sócrates, ou outro qualquer primeiro ministro, perderá o poder, caso lhe falte engenho e arte para reformar de alto a baixo o Estado português.