Reservado, pouco falador, mas igualmente determinado e com algum mau génio, o primeiro-ministro tem gerido o início da legislatura com total pragmatismo mantém o Governo em silêncio, não o desgastando, e anuncia de surpresa medidas que vão ao encontro das preocupações mais basilares dos portugueses, como foi o caso da sua intervenção na AR. É pena que Sócrates não seja do PSD, porque tem tudo - a política pragmática e reformista - o que distingue a direita da esquerda. Só que o actual primeiro- -ministro parece ter passado por cima dessa clivagem ideológica e adopta tudo o que são boas medidas, sejam elas de direita, centro ou esquerda. É a segunda vez que ele surpreende pela positiva, e isso não é um bom sinal para a oposição, que tem de fazer uma de duas coisas: ou altera um discurso desgastado, e em vez de pactos avança com soluções, ou estará condenada a que o eleitorado não a perceba, nunca. Vejam o caso de Blair, na quinta-feira.
Luís Delgado, o homem que previu a retoma
2.5.05
O Luís Delgado é o Luís Delgado
De Santanete a Socranete: