Eu não estou de acordo que se baixem os impostos por essas duas razões. Porque isso destabiliza ainda mais as finanças públicas e porque isso é uma ameaça ao bom funcionamento e à qualidade dos serviços públicos em Portugal. Mas também não estou de acordo com a subida de impostos, não estou. Porque isso também já foi uma receita do passado. Isso já foi feito no passado e não produziu bons resultados.
Disse que os aumentos de impostos são muito maus para a economia:
Eu não acho que os problemas das contas públicas em Portugal se possam fazer à custa da Economia, fazendo lançar impostos. Neste momento, no meu ponto de vista, criaria ainda condições para um arrefecimento ainda maior da economia portuguesa. Ora eu acho que esse não é o caminho. O caminho é o caminho do crescimento, da aposta no crescimento, porque só a aposta no crescimento pode fazer com que possamos resolver o problema das finanças públicas, combater o desemprego e também combater as injustiças sociais.
E que a quebra de promessas eleitorais é negativa para a Democracia e para a confiança:
"Há aqui, também, um julgamento a fazer, um julgamento sobre esses últimos três anos. Esse comportamento de quem prometeu nas eleições baixar impostos e quando chegou ao Governo, não os desceu, mas, ao contrário, subiu-os, tem de também ser penalizado, porque isso é negativo para a Democracia, é negativo para a confiança e, não se esqueça, que foi exactamente nesse momento que tudo começou a ruir. Foi no momento de falha dessa promessa eleitoral, quando o Governo chegou ao poder e decidiu aumentar o IVA, que a confiança veio por aí abaixo."
Hoje, Sócrates, à luz dos seus próprios critérios decidiu cometer hara-kiri:
José Sócrates confirma aumento dos impostos
De uma só vez, Sócrates quebrou uma promessa eleitoral, descredibilizou-se e prejudicou a economia e a confiança.