3.5.05

Culturas

Nada que seja de espantar: ontem e hoje, uma excursão a Paris de 12 «intelectuais» em missão de defesa da «especificidade cultural» e correspondente proteccionismo, foi largamente noticiada nos diversos meios de informação, em detrimento de um outro evento, também ele fruto do parolismo, despesismo e funcionalismo atávico dos agentes culturais.
Falo, claro de «Faro: Capital Nacional da Cultura 2005». (Sem link, não encontrei nenhum site oficial).

Uma peça no «Público», dá-nos o panorama geral:.
«O primeiro dia de festa da Faro 2005 - Capital Nacional da Cultura (FCNC) foi assinalado por muitos artistas, mas teve pouca assistência. (...)»
Porque será?

«Ao todo, foram três dezenas de iniciativas, algumas de boa qualidade, mas que não atraíram os algarvios.(...).

«O espectáculo começou com uma hora de atraso, para dar lugar aos discursos oficiais: (...)»
Cultura nacional no seu melhor.

«(...) apesar de a FCNC ter sido lançada em 2001, a «resolução do conselho de ministros que procedeu á criação da estrutura foi publicada a 19 de Julho de 2004», (...)
Isso também é cultura nacional.

«A visibilidade internacional da iniciativa, anunciou a ministra, vai ter lugar no segundo semestre deste ano, com a realização no Algarve do comité de ministros da cultura do Conselho da Europa, no qual participarão 50 governantes europeus. (...)»
Genial. Uma reunião de burocratas é o evento com mais impacte internacional.

«O presidente da Região de Turismo do Algarve, Hérder Martins, apanhado de surpresa pelo anúncio, disse: «Não foi feita nenhuma articulação com o sector turístico para potenciar essa iniciativa».
Ah, a cultura nacional...