O bem-vindo SÍTIO DO NÃO corre o risco de se transformar na pedra angular de um movimento político bastante interessante - o primeiro formado a partir da blogosfera.
A possibilidade de cidadãos livres poderem associar-se completamente a salvo da lógica partidária e corporativa e motivar uma discussão acerca daquilo que interessa nesta matéria é a novidade mais interessante na política portuguesa dos últimos anos.
Relembro que a esmagadora maioria dos movimentos de ambos os lados no referendo do Aborto eram formados por grupos de Apóstolos (na feliz expressão de Helena Matos) e ligados a forças políticas; na questão da "Regionalização" quase todos os movimentos estavam partidariamente enfeudados (até houve um partido que criou 9 deles a favor do "Não" e andou a oferecer folhas de assinaturas para outros - inclusivamente do lado do "Sim"!...).
O SÍTIO DO NÃO terá de ser uma coisa diferente. A sua agenda restrita à questão da "constituição" europeia, sem oportunidades de remoques dirigidos ao poder que está - excluindo, obviamente, aqueles que se centrarem na questão principal.
Terá de existir o máximo de coincidência entre as intenções queridas e as declaradas.
O SÍTIO DO NÃO, para fazer a diferença, terá de manter o seu espírito origináriamente "blogueiro", i.e. acutilante, desinteressado, transparente e livre.
Mas, o mais importante é que o vírus conhecido por "interesses partidários" não venha a contaminar esta ideia tão bonita.