O desafio de JPP é oportuno e irrecusável.
Todos os que discordam do modo com a "constituição" europeia foi elaborada e apresentada, os que consideram que o seu conteúdo gera paradoxos e desequilíbrios institucionais, os que não se deixam enganar com a tentativa demagógica de impor uma Europa de sentido único têm o dever de ajudar a preparar o "Não".
Preferencialmente, de uma forma partidariamente desinteressada e acentuadamente cívica.
É tempo de prepararmos os argumentos e de sistematizarmos as razões. Por isso, o SÍTIO DO NÃO é já imprescindível.
À guisa de contribuição, junto este sintomático excerto do famoso discurso o futuro Presidente da Convenção sobre o Futuro da Europa, Valery Giscard d'Estaing na Assembleia Nacional Francesa, dia 12 de Junho de 2001:
«Voto contra a Ratificação do Tratado de Nice (...) porque é desfavorável aos interesses da França. Não podemos esquecer que a França é um país fundador e mesmo o país fundador da União Europeia. Dizem-nos que a Comissão poderia tornar-se o governo da Europa: um governo de 27 Ministros que apenas incluiria um único francês e um único alemão. Seria pensável que, algum dia, um governo cometesse a imprudência de propor tal aberração ao povo francês?»
Aqui, Giscard d'Estaing revelou o essencial das razões que no seu entendimento forçavam a elaboração assolapada da designada "Constituição para a Europa" - tudo se resumia a uma questão de poder. Poder relativo entre os grandes Estados como a França, a Alemanha e mais alguns, sobre todos os outros na construção da Europa que lhes convém e que não estava plasmada em Nice e Amesterdão do modo conforme aos interesses desses grandes Estados europeus.