12.5.05

Ministro das Finanças escreve artigo de opinião

Vem no Público.

1. Campos e Cunha quer convencer-me que o «Pacro de estabilidade não morreu». Mas ele a mim não me engana. O pacto morreu, sim senhor. Se não tivesse morrido, o ministro da economia não andaria por aí a falar em investimentos na ordem dos 20 mil milhões de euros em obras públicas nem o Ministro das Obras Públicas andaria por aí a falar em TGVês. O tempo das vacas gordas está de volta e ninguém me vai convencer do contrário. E não me venham falar em contenção. Aliás, a contenção prejudica a confiança. Eu quero a minha parte.

2. O nosso Ministro das finanças quer fazer em 4 anos aquilo que Manuela Ferreira Leite fez em 9 meses: cumprir o défice. Mas cumprir o défice não chega para que o Pacto de Estabilidade se cumpra porque enquanto existir défice com as dimensões do actual a dívida pública vai continuar a crescer afastando-se cada vez mais dos 60% do PIB a não ser que o governo se prepare para privatizar a Caixa Geral de Depósitos ou outra grande empresa pública que ainda valha alguma coisa.

3. Lembro que há 3 meses atrás António Costa criticava o governo PP-PSD por estar obcecado com o défice e descurar a dívida pública.

4. Campos e Cunha quer cortar nos aumentos da Função Pública, o que demonstra um absoluto desprezo pelos já muito sacrificados trabalhadores. O Presidente da República, que em Dezembro fez questão que o Orçamento fosse aprovado para salvaguardar os aumentos da Função Pública, vai saber disto. Ai vai, vai ... E o consumo vai baixar. Lá se vai a confiança.