Alguém pode explicar à senhora Martha De La Cal que apresentou o livro sobre o PREC de Adelinho Cunha e José Pedro Castanheira que o PREC não foi nem é uma questão de «bad guys» ou «good guys»? Martha De La Cal acha que são todos «good guys».
O papel dos jornalistas estrangeiros durante o chamado PREC foi em muitos casos lastimável. Fascinados com o folclore dos cravos e dos chaimites mais a conversa lírica sobre a última revolução marxista na Europa, muitos deles acharam o PREC e respectivo cortejo de nacionalizações, prisões arbitrárias, campanhas de dinamização cultural, ocupações? uma espécie de alternativa festiva às democracias burguesas donde eram originários e para onde voltariam rapidamente no primeiro avião caso as coisas ficassem difíceis em Portugal. É certo que aos jornalistas estrangeiros habituados a entrevistar líderes de países democráticos devemos também o terem colocado em evidência a dificuldade dos líderes revolucionários em enfrentar algo tão simples quanto uma conferência de imprensa com liberdade de perguntas ou terem noticiado as dificuldades que enfrentou a Assembleia Constituinte mas para muitos deles o PREC era uma espécie de versão política do galo de Barcelos. Enfim nada de muito diferente das notícias que têm sido feitas recentemente sobre a Venezuela de Hugo Chávez ou a vitória de Morales na Bolívia.
